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“BRT não é somente o ônibus e a via exclusiva”, explica Francisco Navarro




31.03.16 20:30

Apesar da velocidade, segurança e conforto, que o sistema de BRT proporciona para os usuários do transporte público de Aracaju, o sistema que desde segunda-feira, 21, já podia ser visto pelas ruas da cidade, ainda não é compreendido totalmente.


Como parte inicial do sistema foram definidas as faixas e canaletas exclusivas para a circulação dos ônibus que compõem o sistema,mas o projeto também contempla corredores com plataforma e outras estruturas.“Não é só chegar e pintar uma faixa. É preciso saber onde é preciso alargar a faixa, onde serão colocadas as estações, os terminais, se será necessário adequar o sentido das vias, adequação do sistema tecnológico. Quando se termina o projeto conceitual e o projeto de funcionamento do sistema vem a etapa de contratação das empresas dos projetos executivos de todas essas questões.São trinta projetos que estão coligados com ele, mais a licitação da operação de transporte”, explica o diretor de Planejamento e Sistemas da SMTT, Francisco Navarro.


Além da pintura das faixas já foram encaminhados para a análise da Caixa o projeto dos 10 corredores, cerca 60 estações, cinco terminais.


Visão errada


É necessário desassociar a visão de que o BRT é o modelo de ônibus utilizado, e compreender a questão mais ampla de tudo o que é necessário para sua efetivação. “As pessoas tendem a associar o BRT somente ao ônibus e a via exclusiva, mas isso é muito simplório, porque pode haver isso e não haver o BRT. O projeto de implantação do sistema de transporte na cidade não envolve somente a pintura, não envolve apenas a sinalização. Você tem que saber onde serão os corredores, precisa fazer todo um estudo do sistema de transporte atual para saber o que é necessário implantar de novo, se comporta o novo sistema, quais são as avenidas e corredores que comportam esse tipo de movimento, a origem e destino das pessoas. Isso é um estudo antecipado. Isso tudo foi analisado depois desse todo levantamento, que demorou dois anos, onde o sistema viário e tecnológico da cidade foi analisado”, frisou Navarro.


Novas Intervenções


A pintura das faixas exclusivas e a ação na Rotatória do Caju foram as primeiras de muitas intervenções que fazem parte do projeto do novo sistema de transporte na capital. “As ações que estão sendo feitas no corredor Beira-Marsão apenas 20% do que ainda será feito nele.Iniciamos a construção do primeiro corredor, que não é uma obra que se faz em um mês. Temos mais nove. Além disso, é preciso mudar o sistema viário de vários locais. Vamos implantando o sistema gradativamente. Também será feita uma intervenção na rua Estância, na avenida Barão de Maruim, intervenções físicas na Otoniel Dória. Na Ivo do Prado, entre outras. A questão semafórica será melhorada tanto técnica quanto tecnologicamente”, afirmou Navarro.


Continuidade


O sistema implantado em Aracaju é projeto do arquiteto Jaime Lerner, responsável pela implantação do BRT em Curitiba, que acabou se tornando cidade modelo nesse aspecto. “O projeto do BRT em Curitiba foi iniciado em parceria com o de Aracaju, porém não teve continuidade. Bolamos um projeto de sistema de transporte para os próximos 25 anos, mas que precisa de continuidade para que tudo saia em prol da melhoria do transporte público na cidade. É um projeto de três a quatro anos de obras. Não se pode construir em várias avenidas de uma vez senão ninguém vai para lugar nenhum. Algumas sinalizações ainda são provisórias. É o início de um processo fruto de dois anos de estudos que não são implantados em um mês. É preciso de pelo menos três ou quatro anos”, ressaltou o diretor.


A estimativa é que o tempo de percurso reduza em 20%, facilitando a vida dos cidadãos e dando mais fluidez ao tráfego. Umas das características basilares para o BRT é a pontualidade, pois ele será monitorado pela central da SMTT e quem desfruta do sistema público de transporte terá acesso.


Chassi


O ano de fabricação do chassi dos ônibus causou críticas e estranheza, entretanto Navarro explica que não há nenhum problema. “Não há nenhum problema de o chassi ser de 2014, porque a empresa poderia ter em estoque. O ônibus é zero e chegou aqui todo plastificado de fábrica. O chassi é a base, e não é possível fazer a carroceria sem o chassi. Quem faz o chassi é uma empresa e a carroceria é outra.Você primeiro compra o chassi e manda fazer a carroceria que demora cerca de seis meses para ficar pronta.Qualquer carro pode quebrar logo após sair da concessionária”, esclareceu o diretor.

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